A transformação digital revolucionou a eficiência operacional e a experiência do cliente, mas também ampliou a superfície de ataque para cibercriminosos. As empresas precisam reforçar suas medidas de segurança da informação para proteger dados sensíveis e garantir conformidade regulatória.
Entre as várias medidas de segurança, a Gestão de Identidade e Acessos (IAM - Identity and Access Management) se destaca como essencial para proteger dados sensíveis e garantir que apenas indivíduos autorizados tenham acesso a recursos críticos.
Neste artigo, exploraremos o que é IAM, seus componentes principais, benefícios, desafios e tendências futuras.
Conforme a Gartner:
A Gestão de Identidade e Acessos é um sistema que integra políticas, processos e tecnologias para assegurar que as pessoas certas (usuários) tenham acesso aos recursos certos (dados, aplicativos, sistemas) na hora certa e pelos motivos certos.
Pense em um aeroporto: para entrar na área de embarque, você precisa passar por diversas camadas de segurança. Primeiro, você apresenta seu bilhete e identidade no balcão de check-in, depois enfrenta o controle de segurança onde verifica seus documentos novamente e passa pelo detector de metais. Cada uma dessas etapas garante que apenas as pessoas autorizadas, com os motivos certos, possam acessar áreas restritas.
As políticas de IAM são como as regras do aeroporto que determinam quem pode passar por cada portão e sob quais condições. Elas definem quem pode acessar quais recursos (dados, aplicativos, sistemas), sob quais circunstâncias e em quais condições.
Os processos em IAM são comparáveis ao procedimento de criação e verificação dos bilhetes de embarque. Isso inclui a criação, modificação e remoção de contas de usuários, além da concessão e revogação de permissões de acesso. Assim como um bilhete de embarque pode ser emitido, alterado ou cancelado, as credenciais de acesso dos usuários passam por um gerenciamento constante.
As tecnologias de IAM são as ferramentas e dispositivos usados no aeroporto para garantir a segurança. Incluem diretórios de identidade, sistemas de autenticação, ferramentas de gerenciamento de acesso, plataformas de Single Sign-On (SSO) e soluções de autenticação multifator (MFA). Assim como os scanners de segurança, câmeras de vigilância e sistemas de verificação biométrica no aeroporto, essas tecnologias trabalham juntas para assegurar que apenas pessoas autorizadas acessem os recursos apropriados na hora certa.
A identidade digital é a representação eletrônica de um usuário, dispositivo ou aplicação, incluindo informações como nome de usuário, senha, atributos e permissões associadas.
Um banco pode usar um sistema de identidade digital onde, ao criar uma conta, o cliente envia uma foto do seu documento de identidade e tira uma selfie. O sistema verifica se a pessoa na selfie é a mesma do documento, garantindo que apenas o verdadeiro dono da conta possa acessá-la.
A autenticação é o processo de verificação da identidade de um usuário antes de conceder acesso a um sistema ou recurso. Métodos comuns incluem senhas, tokens de segurança e autenticação multifator (MFA).
Uma empresa pode usar MFA, onde, além da senha, os funcionários precisam inserir um código temporário enviado para o celular deles, garantindo maior segurança.
Autorização é o processo de conceder ou negar acesso a recursos específicos com base nas permissões atribuídas a uma identidade digital.
Em uma loja online, diferentes funcionários têm diferentes níveis de acesso. Apenas o gerente pode ver as informações financeiras completas, enquanto os atendentes de vendas podem ver apenas as informações dos produtos e dos pedidos.
A governança e auditoria são práticas essenciais para monitorar, auditar e assegurar a conformidade com políticas de acesso e regulamentos.
Empresas de tecnologia podem usar um sistema de auditoria que registra quem acessou quais dados e quando. Periodicamente, esses registros são revisados para garantir conformidade e segurança.
Mas você já se perguntou por que a Gestão de Identidade e Acessos é tão vital para as empresas modernas? Em um mundo onde a segurança digital é constantemente ameaçada, ignorar IAM é como deixar a porta da frente escancarada.
O Center for Internet Security (CIS) é uma organização sem fins lucrativos que desenvolve diretrizes e melhores práticas para ajudar as organizações a melhorar sua postura de segurança cibernética. As diretrizes do CIS são amplamente respeitadas e adotadas globalmente, proporcionando um framework robusto para a proteção de sistemas e dados. Abaixo, detalhamos os controles específicos do CIS relacionados à gestão de acessos.
A autenticação sem senha está ganhando popularidade como uma maneira mais segura e conveniente de verificar a identidade dos usuários. Métodos como biometria (impressão digital, reconhecimento facial) e autenticação baseada em dispositivos estão substituindo senhas tradicionais.
Exemplo: Grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft, estão implementando autenticação sem senha para seus usuários, permitindo login com biometria ou chaves de segurança físicas. Essa abordagem não apenas aumenta a segurança, mas também melhora a experiência do usuário, eliminando a necessidade de lembrar senhas complexas.
O uso de IA e ML em IAM permite a detecção de padrões incomuns de acesso e comportamentos anômalos, aumentando a capacidade de prevenir acessos não autorizados.
Exemplo: Plataformas avançadas de IAM utilizam algoritmos de IA para analisar o comportamento dos usuários e identificar atividades suspeitas, acionando alertas em tempo real. Segundo um estudo da Gartner, espera-se que até 2025, 50% das organizações usarão IA em IAM para melhorar a segurança e a eficiência operacional.
O conceito de identidades descentralizadas permite que os indivíduos controlem suas próprias identidades digitais, sem depender de um provedor centralizado. Isso aumenta a privacidade e reduz os riscos de roubo de identidade.
Exemplo: Soluções baseadas em blockchain estão sendo exploradas para criar sistemas de identidade descentralizados, onde os usuários possuem e controlam suas credenciais digitais. Empresas como a Sovrin Foundation estão na vanguarda dessa tecnologia, promovendo a autonomia e a segurança dos dados pessoais.
A abordagem de Zero Trust assume que nenhuma entidade, seja dentro ou fora da rede, é confiável por padrão. Cada acesso é continuamente verificado e validado.
Exemplo: Implementações de Zero Trust segmentam redes e aplicam políticas rigorosas de verificação de identidade, minimizando os riscos de movimentação lateral de atacantes dentro da rede. De acordo com a Forrester, 80% das violações de dados envolvem credenciais comprometidas, destacando a necessidade de uma abordagem de confiança zero.
Com o crescimento da Internet das Coisas (IoT) e dispositivos conectados, a gestão de identidades de máquinas se tornou crucial. Garantir que apenas dispositivos autorizados possam se comunicar é fundamental para a segurança.
Empresas que gerenciam grandes redes de dispositivos IoT utilizam soluções de IAM específicas para identificar e autenticar dispositivos, protegendo as comunicações e dados. Uma pesquisa da ABI Research prevê que até 2025 haverá mais de 41 bilhões de dispositivos IoT conectados, tornando a gestão de identidade de máquinas indispensável.
Com regulamentações como GDPR e LGPD, a gestão de acessos deve garantir não apenas a segurança, mas também a privacidade dos dados pessoais. As soluções IAM estão incorporando funcionalidades para gerenciar consentimentos e direitos dos dados dos usuários.
Soluções de IAM agora incluem módulos para gerenciar solicitações de acesso e correção de dados pessoais, garantindo conformidade com as regulamentações de privacidade. Organizações que não aderem a essas regulamentações enfrentam multas significativas e danos à reputação.
A Gestão de Identidade e Acessos é um componente vital da segurança da informação no ambiente corporativo moderno. Com a evolução das ameaças cibernéticas e o aumento da complexidade dos ambientes de TI, a implementação eficaz de soluções IAM é essencial para proteger dados sensíveis, garantir conformidade e melhorar eficiência operacional.
Investir em IAM não é apenas uma medida de segurança, mas uma estratégia fundamental para a resiliência e o sucesso a longo prazo das organizações. Ao adotar as melhores práticas de IAM e acompanhar as novas tendências, as empresas podem fortalecer sua postura de segurança e estar preparadas para enfrentar os desafios futuros.
Por exemplo, empresas que adotam autenticação sem senha e inteligência artificial para o gerenciamento de acessos estão mais bem posicionadas para proteger contra ameaças cibernéticas avançadas e oferecer uma melhor experiência de usuário.